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Visita a Monterey 
2015
Fotos Hotel Bayside Inn e Monterey County Fairgrounds, (2015)


" Saímos de San Francisco em 25 de maio de 2015 e iniciamos a viagem de carro até a cidade de Monterey pela Highway 1, sentido sul. A HWY 1 liga San Francisco a San Diego e é uma estrada secundária que cruza a costa da California.

 

A partir daí, começa uma briga com o GPS, já que ele te jogará para a Freeway A5, trajeto muito mais rápido e sem atrativos visuais, igual a uma viagem rodoviária qualquer. Pela HWY 1 levei aproximadamente 2 horas para fazer os 190 km até Monterey. No trajeto, uma parada para registrar o visual paradisíaco do Pacífico, incluindo Half Moon Bay.

 

Chegamos em Monterey e antes de fazermos o check in no hotel, seguimos direto para o famoso Monterey Bay Aquarium, onde passamos a manhã e a tarde vendo o movimento na Cannery Row. 

 

No fim da tarde chegamos ao Bayside Inn, um pequeno hotel de veraneio localizado na Fremont Rd. Apesar do aquário constar no roteiro, claro, a prioridade era conhecer o Monterey County Fairgrounds, palco em 1967 do histórico Monterey International Pop Music Festival.

 

Dia 25 de maio era feriado nacional americano. O Memorial Day, que acontece anualmente na última segunda-feira de maio e homenageia os soldados americanos mortos em combate.

 

Minha mulher disse para controlar a ansiedade. Seria melhor visitar o Fairgrounds na manhã seguinte, com mais calma e antes de fazermos o check out para seguir viagem até San Luis Obispo, última parada antes de Los Angeles. Outro detalhe é que o Fairgrounds ficava muito próximo do hotel, na rua de trás paralela. 

 

Na manhã seguinte, 26 de maio, após o café da manhã, caminhamos até o Monterey Fairgrouds. Tempo nublado e chuvoso. Saímos do Bayside Inn, na Fremont St e dobramos a primeira rua a direita na Casa Verde Way. No fim da rua, apenas a uma quadra, já era possível enxergar o muro do Fairgrounds e seu enorme painél de led.

 

Andando apenas uma quadra até chegamos na Fairground Rd. Sabíamos que naquele horário, por volta de 10h de uma terça-feira, não teria qualquer movimento ou evento no Fairgrounds. Nos contentaríamos em registrar as imagens do lado de fora visualizando as famosas marquises triangulares que cobrem as cadeiras da arena principal. Este já era um momento especial. Continuei a registrar tudo com minha handycam.

 

Primeiro seguimos pela direita beirando o muro até o portão principal, no Gate 5. Fizemos o trajeto pela mesma calçada em que, segundo relatos, uma multidão percorria as barraquinhas que vendiam artigos artesanais hippies, há 48 anos.

 

O Gate 5 estava fechado, assim como as quatro bilheterias. Ninguém por perto. Cheguei a bater em uma porta de vidro ao lado das bilheterias mas ninguém apareceu para prestar informações.

 

Decidimos voltar e caminhar agora no sentido contrário até o Gate 6, localizado a cerca de 100 metros. O portão estava aberto com uma movimentação de trabalhadores latinos. Uma entrada bem ampla. Sorrateiramente fomos entrando sem sermos abordados. Perguntei a um dos homens, que estava num momento de pausa, se poderíamos bater algumas fotos. Ele não se opôs, já que parecia não sere responsável pela segurança do local.

 

Mais alguns passos e entrei no local onde estavam fixando placas de grama no terreno. Foi aí que visualizei o palco do festival no fundo da arena. Nas laterais, estava o setor das cadeiras, a mesma arquitetura encontrada nos filmes sobre o festival de 67. Inacreditável! 

 

Eu estava no centro da Pattee Arena, maior espaço do complexo multi-uso para eventos dentro do Monterey Fairgrounds. A Pasttee Arena é o local onde aconteceu o histórico festival onde se apresentaram: Jimi Hendrix, Jefferosn Airplane, Joplin, Otis Redding, Buffalo Springfield, Canned Heat, entre outros.  

 

Com nossa presença penetra, fomos registrando tudo o que era possível, fotos e filmagem. Sempre ligados, já que a qualquer momento alguém poderia talvez pedir nossa retirada. 

 

Ainda intrusos, não fomos abordados. Com os homens focados muito mais na montagem de alguma estrutura de show que aconteceria ali, decidi chegar na cara do palco percorrendo a lateral do setor das cadeiras cobertas. Minha mulher bateu as fotos grudado no placo.

 

Foi quando uma jovem americana, aparentando uma gravides de oito meses, nos abordou simpaticamente. Perguntou de onde éramos e se apresentou como produtora de um evento de Reggae que aconteceria no Fairgrounds naquela noite. Infelizmente não recordo seu nome. 
 
Quando comentei o motivo de estarmos ali e minha paixão pelo rock, ela nos convidou para subir no palco. 

 

Sorte! Sem o menor planejamento teríamos uma guided tour. Subimos as escadas que levam até o backstage. A mesma escada em que subiram Pete Townshend, Jerry Garcia e Eric Burdon e tantos outros. Todas as estruras eram de madeira. Tudo muito bem cuidado.

 

A produtora foi caminhando na frente até o centro do palco. Eu e minha mulher seguindo mais atrás tentando gravar na nossa mente todos os frames da visita para a posteridade.

 

Uma sensação de volta no tempo.

 

Postado na beira do palco, busquei a mesma percepção que as estrelas tiveram daquele ponto, em 1967. Reparei em duas cabines suspensas nas laterias do palco.

 

Comentei com nossa guia que imaginava a arena bem maior através das imagens do documentário Monterey Pop, de 1968, dirigido por D. A. Pennebaker. Ela confirmou que muitas pessoas quando pisam na Pattee Arena têm a mesma impressão.

 

Ao contar sobre meu interesse em Hendrix e Joplin, ela nos conduziu até uma marca de queimadura no tablado de madeira no centro do palco.

 

Apontou com seu pé e disse: "Esta é a marca preservada do exato ponto onde Jimi Hendrix queimou sua guitarra no fim da histórica apresentação no Monterey Pop Festival".   

 

Inacreditável! Os americanos tiveram a preocupação de imortalizar o local. O ponto onde ocorreu o fato mais emblemático da história do rock estava ali, abaixo dos meus pés.

 

Sempre tenho a sensação de que algo conspirou a nosso favor. A escolha aleatória do pequeno hotel, que ficava a apenas duas quadras do Monterey Fairgrounds; a troca da visita ao local para o dia seguinte, quando o Portão 6 estava aberto para a montagem de um evento; e talvez o mais importante, a presença e a atenção dada pela promotora anfitriã que proporcionou um momento mágico naquela manhã de terça-feira, na despedida de Monterey."

 

Que Deus abençoe ela e o novo membro de sua família!    
 

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